30/10/2024
Almoço-Conferência com Pedro Reis, Ministro da Economia
A APCC realizou, passado dia 30 de outubro, um almoço de trabalho com o Ministro da Economia, Pedro Reis, que contou com a presença de proprietários, gestores, lojistas, investidores e fornecedores do setor do comércio integrado.
Neste encontro foi abordada a importância do setor no panorama economico e social em Portugal, bem como os desafios do futuro.
Partilhamos a mensagem do Ministro da Economia, inscrita no Livro dos 40 ANOS da APCC.
Mensagem do Ministro da Economia a propósito dos 40 ANOS da APCC
O comércio a retalho em Portugal sofreu uma profunda transformação a partir da segunda metade do século XX. O surgimento e crescimento dos centros comerciais foi uma das principais alavancas deste processo, contribuindo para a modernização o setor e para a criação de novos hábitos de consumo.
A abertura de centros comerciais em Portugal, como o “Centro Comercial do Cruzeiro” (Monte do Estoril, 1951), o “Drugstore Apolo 70” (Lisboa, 1971) e do “Shopping Center das Amoreiras” (Lisboa, 1985), marcaram o início de uma nova era em que estes espaços se tornaram pontos de referência, não apenas para o consumo, mas também para o lazer, a cultura e o convívio social.
A década de 1970, marcou o arranque com empreendimentos de pequena dimensão, sem planeamento comercial e localizados ainda em áreas centrais das cidades. Mas na década seguinte houve uma diversificação de formatos, crescimento no número de novos centros comerciais e introdução dos hipermercados. Já na década de 90, verificou-se um aumento da sua dimensão e uma maior dispersão geográfica.
O hipermercado passou a ser uma âncora para os clientes, à qual foram agregados os cinemas, a restauração e os espaços de lazer. Um novo salto deu-se após 2000 que passou pela incorporação de tecnologia, para a integração de novos serviços e maior foco na criação de experiências.
A APCC - Associação Portuguesa de Centros Comerciais, ao celebrar o seu 40.º aniversário, nasceu com o advento da modernização dos centros comerciais, reunindo os principais operadores e promovendo boas práticas, inovação e sustentabilidade. A APCC tem sido instrumental na profissionalização do setor e na criação de um ambiente de retalho competitivo e atrativo. A importância dos centros comerciais no panorama económico do país é inegável: estes espaços ocupam mais de 3,8 milhões de metros quadrados de área bruta locável distribuídos por 173 centros comerciais, receberam mais de 600 milhões de visitantes em 2023 (mais 10% do que em 2022), e representavam 38% das vendas e 80% do emprego do comércio a retalho (e 7% do total do emprego nacional) em 2022.
Num momento em que a digitalização e o comércio eletrónico impõem novos desafios ao retalho tradicional, os centros comerciais em Portugal continuam a adaptar-se, apostando na inovação tecnológica, na sustentabilidade e na experiência do cliente, em que se enquadram serviços de consultadoria especializados em moda, beleza e decoração, online ou presencialmente. Esta capacidade de adaptação e resiliência é o que permite ao setor olhar com confiança para o futuro, mantendo-se relevante no ecossistema do comércio moderno.
A pandemia de Covid-19 acelerou significativamente a transição digital no setor do retalho e os centros comerciais não foram exceção. Embora o retalho físico ainda represente a maioria das vendas do sector (92%), o retalho online tem vindo a crescer após a pandemia, especialmente entre os mais jovens. Esta mudança de comportamento impulsionou os centros comerciais a adotarem estratégias omnicanal para se adaptarem às novas exigências dos consumidores.
A história dos últimos 40 anos de centros comerciais em Portugal é, sem dúvida, uma história de sucesso, marcada por uma visão estratégica, colaboração entre os agentes económicos e uma permanente capacidade de inovação. A APCC, enquanto catalisadora deste progresso, certamente continuará a desempenhar um papel essencial na construção do futuro do retalho em Portugal, em particular face aos novos desafios da transição digital.
Pedro Reis
Ministro da Economia
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