ENTREVISTA JULIEN BOUYERON - SECRETÁRIO GERAL DO ECSP

04/09/2024

"A ECSP entende a crucial importância do trabalho em Bruxelas"

Quais são as principais oportunidades e desafios para a ECSP?

Nos últimos 5 anos, a agenda da UE tem girado em torno de duas questões: as transições ecológica e digital. A questão é que o imobiliário de retalho se resume a edifícios e a renovação de edifícios é extremamente dispendiosa. É significativamente mais fácil melhorar o desempenho energético dos produtos (por exemplo, electrodomésticos) do que dos edifícios e a UE tem vindo a insistir firmemente nessa direção durante o anterior mandato da Comissão. 

A UE também tem dedicado muitos esforços à digitalização da economia. Mais uma vez, isto representa um enorme desafio para o sector: como fazer da digitalização da economia uma oportunidade para um sector cujos inquilinos são retalhistas brick-and-mortar?

Em termos de oportunidades, o principal ativo do ECSP é o nosso impacto social: construímos e mantemos comunidades de pessoas à volta dos nossos centros comerciais. É nossa intenção destacar ainda mais este aspeto no futuro.

Que tipo de intervenção é esperada dos seus membros para fornecer ao ECSP as informações e conhecimentos necessários ao desenvolvimento do seu trabalho?

Os membros estão diretamente envolvidos no sector imobiliário do retalho. Estão conscientes dos desafios que o sector enfrenta e da forma de os enfrentar. Isto representa uma fonte de informação extremamente valiosa na qual o ECSP se apoia para influenciar os legisladores em Bruxelas. Sem o seu contributo, seria difícil para o ECSP ter uma compreensão clara dos problemas enfrentados pelo sector.

Depois de receber as suas observações, posso entrar diretamente em contacto com os responsáveis da Comissão ou com os membros do Parlamento Europeu para transmitir as suas preocupações e apresentar soluções adequadas. 

Temas como a Diretiva Europeia sobre o Desempenho Energético dos Edifícios ou o chamado “Green-Lease” estão atualmente em debate e podem afetar profundamente não só os novos projetos, mas também o parque imobiliário existente. Como tem sido a intervenção do ECSP nestes temas, demonstrando a especificidade e a dimensão dos nossos edifícios?

 A UE adoptou recentemente a Diretiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios. Trata-se de uma legislação muito ambiciosa que irá impor novas obrigações ao sector imobiliário do retalho para melhorar o desempenho energético dos seus ativos. O ECSP tem pressionado para que sejam alteradas as provisões com maior impacto, ou seja, as obrigações em matéria de mobilidade eléctrica, e conseguiu assegurar uma derrogação para a instalação de pontos de recarga e condutas em edifícios não residenciais que não estejam a ser sujeitos a grandes renovações. O ECSP explicou aos legisladores o impacto que estas obrigações poderiam ter e eles compreenderam. A ECSP entende a crucial importância do trabalho em Bruxelas.

Quais são os próximos grandes temas para o ECSP a médio e longo prazo?

A médio e longo prazo, o ECSP continuará a ajudar os deputados a cumprir a Diretiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios. Sendo uma diretiva, tem de ser transposta para o direito nacional pelos Estados-Membros. Esta pode ser uma oportunidade para fazer pressão sobre determinados assuntos e explicar aos legisladores nacionais as realidades enfrentadas pelo sector, para que o texto final as tenha em conta.

Além disso, a Comissão Europeia publicou recentemente as suas orientações políticas e, embora o foco seja a implementação da nova legislação que foi recentemente adotada, certos tópicos como a segurança serão abordados e esta é uma questão em que o nosso sector tem interesse.

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