14/02/2024
Liderar em contexto de incerteza extrema
Na sua perspetiva, quais são os principais desafios e oportunidades colocados aos líderes em Portugal na era da disrupção?
O principal desafio é saber criar e implementar estratégias em mundos desconhecidos e num contexto de incerteza extrema. A principal oportunidade é conseguir aproveitar este contexto desafiante para criar verdadeiras culturas de experimentação, que permitam testar, ajustar e aprender.
Como antevê que esta Pop Up Talk poderá contribuir para as lideranças em Portugal e na resposta a desafios futuros?
Os tempos de aceleração intensa que vivemos exigem que os líderes tenham tempo para pensar e tentar entender o contexto que os rodeia. Esta Pop Up Talk permite fazer uma pausa para pensar e, por esse motivo, será um momento valiosíssimo.
Como vê o papel dos centros comerciais na promoção deste tipo de iniciativas?
Nos anos 90 do século passado, Zygmunt Bauman relatava o estranho fenómeno que o digital parecia estar a criar, uma vez que nos aproximava daqueles que estão fisicamente longe de nós e afastavanos dos que estão mesmo à nossa frente.
Evoluímos a aprender em comunidade, e os centros comerciais podem ajudar a reconstruir essa mesma comunidade. Tal como a Bauhaus apareceu para ajudar a reconstruir o mundo depois da primeira guerra mundial, criando espaços residenciais que permitissem que os vizinhos falassem entre si, estamos hoje, novamente, a necessitar de reconstruir as ligações humanas no mundo analógico.
De que modo a colaboração entre o setor público, o setor privado e a academia pode potenciar a criação de valor em cenários no atual contexto de disrupção?
Os problemas que enfrentamos atualmente são complexos e sistémicos, o que significa que não se conseguem resolver simplesmente com as ideias de uma qualquer mente superior ou iluminada e necessitam sim que exista colaboração aberta e permanente entre todas as partes do sistema.
Qual é a sua visão para o futuro da liderança e inovação em Portugal nos próximos anos?
Uma visão de enorme esperança de que o país entenda que a inovação não é mais uma questão de diferenciação, mas sim a única estratégia de sobrevivência. Que não é apenas um tema de tecnologia, mas é sim principalmente um tema de pessoas.